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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Entrevista com Edu César, do site Papo de Bola


Você acha que não existe uma pessoa que assiste e/ou escuta cinco, seis jogos de futebol ao mesmo? Existe sim e essa pessoa é Edu César, que também é editor e criador do Papo de Bola, site bastante conhecido, dedicado a informações esportivas em um modo geral. Mas o site também traz informações sobre a mídia nacional e os fatos que marcaram o dia.

Agradeço ao Edu César pela entrevista e espero que aproveitem.

Pedro Melo: Você sempre quis ser jornalista? E como surgiu a ideia do Papo de Bola?

Edu César: Antes de mais nada, esclareço que não sou jornalista, pois não tenho formação e ainda não consegui, por variados motivos alheios à minha vontade, iniciar a faculdade. Por isso digo, brincando, que sou "jornalista por maioria de votos" (por muitos me tomarem por um, ainda que eu não seja um). Sempre gostei de escrever, desde pequeno. Então, resolvi levar isso para a internet quando, depois de muitas vezes trocar ideias sobre futebol nessas salas de bate-papo web afora, muita gente me sugeriu que eu criasse um blog. Assim o fiz em 28 de janeiro de 2003, quando comecei. Mas fiz tanto conteúdo nele que resolvi levá-lo para um site (daí o nome "Papo de Bola - o Site") em 2 de junho do mesmo ano.

PM: Vários jornalistas adoram o seu trabalho no Papo de Bola e sempre estão recomendando. Quando começou, você pensava que seu trabalho teria essa repercussão?
EC: Evidente que não! Ainda hoje, de certa maneira, me impressiono com a repercussão que algumas coisas que eu escrevo possui. Mesmo estando há quase 9 anos com meus escritos no ar e tendo através dele feito uma considerável rede de contatos com jornalistas de tudo quanto é veículo de comunicação, continuo pensando que isso tudo vai além do que eu imaginava, sem falsa modéstia ou coisa do gênero.

PM: Você sempre escreve no Twitter que está acompanhando uns cinco ou seis jogos por vez. Como você consegue acompanhar tantos jogos de uma vez só?
EC: Nem eu sei! (risos) Só sei que consigo acompanhar, por exemplo, dois jogos na TV - um em cada -, um no rádio em si e mais um pela Internet. Mas claro que basicamente só consigo distinguir quando ouço gritos de "goooooool", pois detalhadamente nenhum dos jogos consigo acompanhar desta maneira. É que eu tenho sempre sede de saber mais e mais sobre as coisas, não consigo ficar detido em uma só partida. É um dos motivos para eu ser "torcedor de sofá" e não torcedor de estádio.

PM: Na coluna 24 horas, além de destacar sobre os fatos esportivos, você também sempre escolhe a Bela do Dia. De onde surgiu essa ideia?
EC: Tem um colunista de jornal daqui de Porto Alegre, Roger Lerina (autor da "Contracapa" no "Segundo Caderno" de Zero Hora), que sempre coloca bonitonas em sua página, geralmente destacando imagens de ensaios sensuais, capas de revista ou coisas do gênero. Foi aí que me inspirei para criar a "Bela do Dia", presente desde a primeira coluna - quando publiquei Karen Motta, uma das coleguinhas do "Caldeirão do Huck" - e que jamais repeti, ou seja, sendo a coluna "24 Horas" publicada desde 11 de agosto de 2003, podes imaginar quantas "Belas do Dia" já publiquei.

PM: O seu trabalho no site é feito exclusivamente por você ou tem ajuda?
EC: Tudo feito somente por mim, desde o começo, com recursos particulares, tirando alguns breves momentos em que alguns amigos ajudaram com apoios simbólicos. Nunca tive, por exemplo, patrocínios às ganhas.

PM: Muita gente, inclusive eu, acho que os campeonatos estaduais têm muitos clubes. Qual sua opinião sobre esse assunto?                                            
EC: Tem que diminuí-los, claro. Com muitos clubes e excessivamente longos, o público não se interessa por eles. Veja o que aconteceu neste fim de semana: a decisão do Aberto de Tênis do Brasil teve quase 10 mil pessoas presentes no ginásio do Ibirapuera. As partidas de Vasco e Fluminense pela Taça Guanabara, na noite anterior, somando os públicos delas, mal chegaram à metade. Pra mim, foi a grande prova da falência dos campeonatos estaduais. Eles deveriam ter menos clubes, de 8 a estourado 12, e ter uma grande copa estadual qualificatória durante todo o ano (tipo março até novembro), que movimentasse os clubes do interior por um tempão em um campeonato de valor - que poderia levar também para a Copa do Brasil -, tendo times B e/ou reservas dos clubes grandes, televisionamento por diversas emissoras regionais, enfim. Tudo isso colaboraria para os Estaduais melhorarem, acredito.

PM: Você já conheceu vários profissionais da imprensa esportiva, mas tem alguém que ainda não conheceu e tem o sonho de conhecer? Por qual motivo?
EC: Ah, tem vários que ainda não conheci, eh, eh... Um episódio marcante neste sentido que me recordo foi em 2009, no dia seguinte a um jogo do Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Acompanhei o trabalho do pessoal da ESPN Brasil no gramado do Beira-Rio (João Palomino, Paulo Vinícius Coelho e cia.) e, no meio deste período, lá também - mas no setor das cabines de imprensa -, estava a Glenda Kozlowski apresentando o "Globo Esporte". Quando acabou a função da ESPN e me despedi deles, a Glenda já tinha ido embora havia algumas horas. Não consegui encontrá-la e lamento demais isso, por ser uma apresentadora que gosto muito. A mesma coisa aplico a algumas vezes em que a Renata Fan passou aqui por Porto Alegre e não consegui achá-la. E tem outros nomes mais - muitos, daí eu não citá-los até por não lembrar de todos - que eu gostaria de encontrar e dificilmente terei outra chance, salvo muita sorte. Só um exemplo mais, para não ficar somente nas bonitonas: Sílvio Luiz. Como ele não trabalha mais em TVs exibidoras de eventos relativos ao futebol brasileiro, dificilmente voltará aqui para Porto Alegre. É outro que eu gostaria demais de conhecer, por ser um dos meus narradores de TV prediletos ao longo dos tempos. Tá, só mais um nome mencionarei: José Silvério, que é um dos meus locutores prediletos de rádio, mas que agora não tem mais feito transmissões fora de São Paulo, diferentemente do que fez a vida toda. Acho que estes são quatro bons exemplos de vários outros.

PM: O imbróglio que vem chamando a atenção de muita gente é a sobre a Fox Sports. O que você acha sobre isso? Existe inocente nessa história?
EC: Neste meio da mídia dificilmente há santinhos. Cada personagem dessa e de histórias semelhantes tem seus prós e contras de todos os lados. As operadoras tem sua parcela de responsabilidade e o Grupo Fox também tem a sua. No fim das contas, ficamos nós, telespectadores e torcedores, sem sabermos direito o que fazer e para onde fazer.

PM: Deixe uma mensagem para aqueles que gostam o trabalho do Edu César no Papo de Bola
EC: Bom, agradecido fico pelo apreço de muitos por aquilo que faço, onde tento ser o mais genuíno possível do meu pensamento, das minhas ideias, enfim, da minha própria personalidade no dia-a-dia. Espero que continuem gostando e, principalmente, participando bastante, até pela abertura de espaço para interação que ofereço nas duas colunas diárias que edito.

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