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domingo, 23 de dezembro de 2012

Legado do Rio 2016 deverá ser o inverso ao de Atenas 2004

Para sediar os Jogos Olímpicos de 2004, Atenas não mediu esforços e construiu muitos estádios e ginásios, mas sem se preocupar com o tal legado que seria deixado para a população grega, tudo com dinheiro público.

Oito anos se passaram e o ginásio de vôlei - hoje utilizado pelo Olympiacos Piraeus, time de basquete - e o estádio Olímpico - de uso do AEK e do Panathinaikos, ambos time de futebol, mas que ainda gera muitos custos ao governo grego.

Já a arena de vôlei de praia, os ginásios de levantamento de peso, de tênis, da ginástica, entre muitos outros, estão simplesmente abandonados. A Vila Olímpica é ocupada por 10 mil moradores de baixa renda, mas a praça onde passou muitos atletas foi dominada pela pichação. A Grécia não mediu esforços para construiu, mas não se planejou para manter tudo após os jogos.

Tudo começou a dar errado quando as obras tiveram que ser aceleradas para ficarem prontas a tempo (já vi essa história no Pan) e quem teve que pagar a conta foram os cofres públicos: US$ 12 bilhões, mais que o dobro do previsto inicialmente. E para os analistas, foram justamente as Olimpíadas que aumentaram a dívida da Grécia, que vem vivendo uma crise sem fim.

Assim como os organizadores de Londres 2012 aprenderam a lição de Atenas de como não realizar as Olimpíadas e fizeram tudo correto, os organizadores do Rio 2016 ainda tem tempo, não muito, para tentar não repetir o erro dos gregos.

Por enquanto o legado após o Rio 2016 está longe de ser dos melhores. O velódromo, de R$ 14 milhões, construído para o Pan 2007 não será utilizado e outro, de R$ 134 milhões, será construído; o campo de golfe será construído em área de preservação ambiental, sabendo que já existem outros campos em clubes do Rio; e o mais absurdo é o caso do Maracanã, reformado para o Pan e está sendo praticamente reconstruído novamente para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas. O custo da reconstrução se aproxima de R$ 1 bi e o parque aquático Júlio Delamari, o estádio Célio de Barros e a escola Artur Friedenreich deverão ser demolidos para a construção de um estacionamento.

Eu espero que dê tempo de rever todos os erros para que o legado do Rio 2016 não seja igual ao de Atenas 2004, mas igual ao de Londres 2012.

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