O gaúcho Marcos Daniel e a torcida fizeram tudo o que podiam, mas Nicolas Lapentti viveu mesmo um final de semana especial no Gigantinho e, com a terceira vitória no confronto e quase 12 horas de esforço, tirou o Brasil do Grupo Mundial mais uma vez e classificou seu país à elite após uma década.
Daniel, que vinha de uma atuação muito irregular no dia de abertura, quando ganhou do mais novo dos Lapentti em quatro sets, começou atrás por duplo 6/4 diante de um eficiente Nicolas, mas encontrou força para ficar mais agressivo e venceu os dois sets seguintes por 6/1 e 6/2. No quinto set, recuperou-se duas vezes e salvou quatro match-points antes de cair por 8/6, após 4h43.
O Brasil fica assim fora do Grupo Mundial pelo sétimo ano consecutivo. A última participação foi em 2003. Esta foi a quarta vez consecutiva que o time chegou à rodada de repescagem mas falhou, como aconteceu sucessivamente diante de Suécia, Áustria e Croácia. Já o Equador disputou a chave principal da Copa pela última vez em 2001, quando eliminou os britânicos na grama no playoff.
O jogo começou com 50 minutos de atraso, devido a um problema com a iluminação. Daniel demorou quatro games para se soltar, mesmo tendo tido dianteira nas duas vezes que sacou. Foi ganhar o primeiro game com uma quebra, mas permitiu que o adversário compensasse e fosse a 5/2, com saque a favor. Aí o gaúcho viveu seu melhor momento no set, fez um lance espetacular para diminuir para 5/4 antes de o equatoriano jogar um game inteligente e fechar, após 64 minutos.
A segunda série foi quase uma repetição. Começou novamente ruim para o brasileiro, que cedeu logo de início o saque, com dupla-falta, e ficou perto de perder também o outro serviço. Acabou cedendo no quinto game e Lapentti chegou a 5/1. Com esforço, Daniel diminuiu e venceu três games seguidos, mas no saque mais importante o equatoriano não deu chance e, com ace, selou 6/4, com 2h05 de partida.
Enfim, Daniel conseguiu sair do sufoco e iniciar com vantagem o terceiro set, sempre empurrado pela incansável torcida, abrindo 3/0 e 4/1. O brasileiro procurava ser mais agressivo e ir à rede sempre que possível. Aì Lapentti desandou de vez e, comentendo erros até então inéditos, permitiu que o gaúcho deslanchasse.
Com 2h36, o quarto set começou diferente para o equatoriano, agora mais inseguro. Daniel aproveitou para sair com uma quebra. Encontrou o saque, que vinha muito frágil, e sacou três aces para 4/0. Contando agora com erros do adversário, o gaúcho chegou a 5/1 e 6/2.
Sob aplausos eufóricos da torcida, Daniel saiu com o saque, desperdiçou um break-point em seguida e então sofreu uma dolorosa quebra. A tensão e o cansaço eram claros e cada tenista perdeu mais um serviço até Lapentti confirmar o seu e chegar a 5/2. Daniel salvou então três match-points e conseguiu nova quebra com incrível garra e frieza. Com 5/6, teve de evitar outro match-point, mas acabou por falhar em seu serviço. Como única recompensa, os aplausos da torcida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário